20 de ago. de 2014

Esse obscuro objeto do desejo [+18]


Rola, piroca, neca, pomba, jeba, pau, pingola, caralho, pinto, pica, mandioca, mala, benga, cacete, picolé de carne... imagina uma revista feminina dos anos 70 toda recheada delas!


Com esse presente sensacional que ganhei da minha tia-avó fiz as “caixinhas-caralho”, que fizeram o maior sucesso na segunda edição na Feira do Mês.


Quando digo, quero dizer alvoroço, espanto e euforia. As reações das mais peculiares apareceram diante das caixinhas, e eu fico me perguntando o por que. O que assusta tanto ao ver uma representação de um pênis? Se fosse um pênis verdadeiro, de carne, eu até entenderia!

Na antiguidade o pênis era objeto de culto à fertilidade. Na Grécia e Roma, por exemplo, muitos templos e casas tinham representações fálicas como amuletos (e olha que eram pênis eretos!), mas hoje qualquer pintinho já implica obscenidade e indecência.

Há quem culpa a Igreja/bíblia por ensinar que Adão e Eva, quando deixaram o paraíso, sentiram vergonha de sua nudez. A consequência moral disso tudo todo mundo já conhece, mas é estranho permanecer até a atualidade, não é?


Se eu ganhasse um real para cada “ai, que horror” que ouvi, estaria rico! De forma humorada, fiz meu culto ao pênis sim. Peitinho e bundinha pode, piroca não? 




Na Islândia tem até um museu todo dedicado ao dito cujo.
Gente, é só um órgão(chame como quiser. Todo mundo tem e quem não tem, geralmente gosta. Tem gente que tem e também gosta e que não tem e não gosta, mas no final das contas, pinto vai continuar sendo pinto (dentre outros nomes).

Lembre-se: você provavelmente nasceu por causa de um desses!  

"Um olhar sobre a Sociedade Rural" | E agora?


O convite para ilustrar a matéria “Um olhar sobre a Sociedade Rural” chegou em boa hora. O desafio era representar a história de 70 anos da Sociedade Rural de Montes Claros - associação sem fins econômicos que fomenta o desenvolvimento da agropecuária norte-mineira.   


Pensando um pouco sobre toda essa história, resolvi dar mais que o meu olhar sobre ela. Na minha infância, ir ao parque era um dos melhores programas familiares. Era uma tradição muito forte, pois minha família advém da subsistência agropecuária.

Meu contato com toda essa cultura se perdeu com o tempo, mas diante desse desafio tudo voltou à memória. Apesar de haver um bom acervo de imagens da construção do Parque e da sede da Sociedade, depois de alguns experimentos, ainda não estava satisfeito. Fui lá fotografar algumas paisagens que eu tinha em mente: 


Novos experimentos começaram. Meu coloquei em questão, afinal estava falando do meu olhar e minha memória.


Aqui estão todos os fragmentos das memórias. Acabei percebendo, dentre outras coisas, o quanto essa vivência moldou quem sou e a relevância da cultura do Sertão no que eu faço. Foi um parto! 


E já que estava com a mão na massa, outras duas obras nasceram do processo:



Quem quiser dar uma olhadinha na revista é só acessar este link.

2 de ago. de 2014

O desafio de não fotografar



Sabe aquele drama de artista pra encontrar um estilo/poética pro seu trabalho? Quando finalmente encontrei a minha em 2012/2013, parei de produzir. A fotografia era meu meio de expressão desde 2009, mas depois de um tempo, houve o momento onde finalmente descobri um caminho para a poética do meu trabalho. E assim, fluiu lindamente até os primeiros meses de 2014, quando fui convidado a expor na Feira do Mês. 

Eu já havia participado de duas exposições coletivas com minhas fotografias, mas não estava interessado em mostrar na Feira o que já havia produzido. Apesar de não ter confiança nas minhas ilustrações e muito menos em pintura, me propus como artista visual a experimentar outros meios. Pela familiaridade com o que já fazia, produzir colagens parecia ser transição mais tranquila.

Na época eu havia acabado de assistir um reality show onde um grupo de artistas era desafiado constantemente a produzir obras que estavam fora das suas zonas de conforto. Empolguei!

Para ver as obras com trabalho de apropriação do calendário Pirelli de 2011 inspirado na mitologia grega é só clicar aqui.

Abaixo um pouco do processo:


Detalhe: o calendário foi impresso em braco e preto. Lá fui experimentar aquarelar pela primeira vez na vida! Adivinha o que vem em seguida? As bolinhas que já expliquei as origens neste post. rs



Pinturas, ok. Textura, ok. 

Pra virar colagem precisava recortar e colocar, né? Aí veio o dilema de uma vida, faltava pouco menos de 15 dias pra Feira e nada de ideia pro background das obras. Demorei a documentar este processo, não lembro exatamente onde e quando surgiu a vontade de fazer uma trama de papel. 

Acredito que tenha sido intuitivo, os papéis estavam há um tempo entulhando o armário e simplesmente coloca-lo aleatoriamente no fundo não era o suficiente. Antes fosse, foram quatro longos dias passando fitinha por aqui, por ali, recortando acolá e medindo de cá. Sem contar a infinidade de vezes que repeti tudo novamente. 



Meio caminho andado. Depois disso experimentei composições com os recortes negativos e algumas chapas metálicas que arranquei de um móvel antigo da minha família. 


O mais difícil mesmo foi esperar dois dias para receber as belezuras emolduradas e ir montar na sala de exposição da Feira. :P


Para ver a montagem da exposição e as obras de pertinho e com boa resolução é só clicar aqui.

Na época dei uma entrevista para o programa Decorar mostrando a exposição. Quem quiser ver o vídeo é só clicar aqui

30 de jul. de 2014

Qual é a sua inspiração?


Perguntinha implicante! Vou contar, a inspiração veio de uma mijada.


Pasme! Um belo dia estava mais observador e quando vi aquela imagem feita por mim (!) fiquei realmente inspirado. Isso foi lá em 2011, olha só o primeiríssimo desenho feito minutos depois (de lavar as mãos):



Pra quem pegava na canetinha só pra escrever até que o resultado me foi satisfatório, mas naquela época eu estava imerso na pesquisa experimentalista para os meus projetos fotográficos. As bolinhas só voltaram em 2014 quando resolvi deixar a fotografia um pouco de lado e experimentar fazer colagens e ilustração para a Feira do Mês (mostrarei no próximo post).
Vou poupa-los das abstrações psicológicas e escatológicas que já falaram sobre eu usar meu xixi (!) em minha poética.  Escolha aleatória eu sei que não foi, mas também não é preciso explicar tudo. Foi a única forma que encontrei pra dizer “interpretem como quiser”! rs

Abaixo o registro do processo de criação do auto-retrato que fiz na quina do meu quarto com canetinha nanquim: 


Algumas muitas horas exercitando a panturrilha em um banquinho e com uma torcicolo de bônus: